Javier
Lozano- Presidente da Liga Nacional de Futsal da Espanha
Após sua
primeira eleição em 7 de setembro de 2009, o presidente Javier Lozano revelou
em uma entrevista concedida à EFE o trabalho de uma década sob o comando da
Liga Nacional de Futsal da Espanha, a LNFS.
Javier
Lozano diz que o futsal é um investimento lucrativo, após dez anos na
presidência da liga, período em que a unanimidade tem sido constante em todas
as decisões de um esporte que quer ser profissional. Confira o bate papo com o
presidente:
Pergunta:
Como você chegou à presidência depois de ser gerente da Federação e do Real
Madrid?
Resposta: Por acaso, quando tinha acabado de sair
do Real Madrid, os clubes me pediram ajuda, mas quando vi as contas, disse que
não. Então Villar me disse que a primeira vez que eu disse não, eu não era tão
louco, mas tirei uma semana e depois disse que sim, com condições.
P: Qual o
resumo desses dez anos a frente da LNFS?
Resposta (R): Quando cheguei, fiz o que você faz
quando chega a uma casa em ruínas. Eliminei despesas improdutivas, cerca de 2
milhões do orçamento e, em seguida, investi na melhoria do produto,
retransmissões, pelas quais pagamos, dando mais qualidade, renovando as faixas
de publicidade, fortalecendo a nossa assessoria de imprensa, comunicando e
digitalizando a empresa. Cerca de dois anos e meio, já tínhamos pago tudo e
começamos a tornar a vida mais confortável para os clubes.
P: E qual é a situação atual?
R: Agora começamos a perceber que somos levados a
sério e que as pessoas começam a ver o futsal como um produto consumível, o que
é um investimento lucrativo. Temos cinco patrocinadores e direitos de televisão
internacional, a liga tem seguidores de 187 países. Conseguimos ser referência
mundial e vender consultoria. Por 24 anos, tivemos que pagar muito dinheiro
para as transmissões. Nos últimos cinco, conseguimos não pagar a produção e no
ano passado conseguimos lucrar com as transmissões. O futsal é um investimento
rentável. Valorizamos o retorno aos clubes. Demorou 30 anos para que alguns nos
descobrissem e nos amassem.
P: Um regulamento de controle econômico também se aplica?
A: Sim, este é o terceiro ano, mas somos realistas.
Sabemos que viemos de um mundo muito desregulado e a implementação é
progressiva. Pouco a pouco, teremos mais impacto, porque essa é a chave para
uma competição de sucesso e não para nos aventurarmos aqui. É bom que a
competição transmita seriedade.
Os clubes em geral estão fazendo as coisas muito
bem, estão comprometidos e profundamente enraizados na sociedade em que vivem.
Isso dá uma sensação de pertencer ao progresso do campeonato. Se você possui
transmissões, público e uma base social, precisará de apoio político e comercial.
É um círculo virtuoso e com mais dinheiro o produto é reforçado.
P: E esse controle já entrou em vigor?
R: Agora estamos distribuindo mais dinheiro aos
clubes, este ano 700.000 euros e no próximo ano gastaremos 1 milhão. Investimos
todos os anos na promoção dos clubes e da competição. Todos devemos remar na
mesma direção.
P: Mas alguma voz contra você se ouviu ultimamente?
R: Se houver diferenças, elas deverão ser
resolvidas na assembleia ou no conselho de administração, mas o que quer que
seja para tentar aliviar e insultar mostra que existem interesses aleatórios.
Faz dez anos e em dez anos tudo foi aprovado por unanimidade, não faz sentido
que agora que o dinheiro comece, a ganância pessoal nos trai. Não podemos
perder o que nos trouxe aqui, nem deixar a semente da divisão prosperar.
P: Esportivamente, como tem sido a progressão da Liga?
A: Evoluiu muito. O Inter Movistar ganhou cinco
ligas, mas três no último minuto, por exemplo. O mais importante é que uma
classe média muito forte foi gerada; existem seis ou oito clubes em que
qualquer um pode vencer. Quando cada partida começa, você tem a sensação de que
todos podem vencer e isso cria esperança. Antes era impossível. O fato de Jaén
ter ganho duas Copas de Espanha é uma mensagem para o resto da classe média: se
ele pôde, eu também posso conquistar.
Fonte: LNFS