8 de abril de 2021

RECORDANDO: Antônio de Almeida Braga (o Braguinha do vôlei) e João Havelange (o senhor Futebol), esses dois brasileiros mudaram a cara do esporte no país. Concordando ou não, o certo é que um transformou o vôlei brasileiro numa potencia mundial e o outro revolucionou o mundo do futebol.

 Matéria publicada em 19 de fevereiro - 2017 pelo blog - Nathannaarea.com.br 

Esses dois brasileiros ilustres transformaram a cara do esporte brasileiro no século XX. Antônio de Almeida Braga ou simplesmente o Braguinha do vôlei e João Havelange, o senhor futebol, conseguiram transformar o esporte nacional numa potência mundial.

Antônio de Almeida Braga e João Havelange – Ícones do esporte brasileiro. Graças a esses dois homens e suas contribuições, o esporte nacional conquistou respeito e títulos no cenário esportivo internacional.

ANTÔNIO DE ALMEIDA BRAGA – O Braguinha do Vôlei

Quando ouvimos falar em vôlei brasileiro, vem logo a mente as excelentes equipes feminina e masculina da seleção brasileira de Vôlei. Porém pouca gente sabe que antes de qualquer grande equipe, de qualquer grande jogador é preciso ter um suporte financeiro, administrativo e técnico. Foi aí que no inicio dos anos 70, entrou em cena esse grande empresário e acima de tudo um apaixonado por esporte. Um autêntico desportista, falo de Antônio de Almeida Braga, o Braguinha.

Se você nunca ouviu falar do homem, não se preocupe. Embora as portas e os recintos mais exclusivos dos cinco continentes se abram para ele há quase meio século, Braguinha jamais se deslumbrou e detesta aparecer. Muito pelo contrário. Sua preferência foi sempre atuar nos bastidores.

Um brasileiro que o esporte nacional jamais esquecerá a sua gentileza e gratidão. Foi graças ao suporte financeiro desse ilustre brasileiro conhecido por “Braguinha”, apaixonado pelo desporto nacional, que uma gama imensurável de atletas, conseguiu através do seu apoio financeiro, viabilizar as suas participações em competições nacionais e internacionais, permitindo assim que nossa bandeira pudesse ser hasteada e o nosso hino pudesse ser cantado em várias cerimonias esportivas pelo mundo.

Braguinha fez elevar o nome do nosso país no contesto esportivo mundial. A ajuda financeira, através de suas empresas, permitiu que várias modalidades esportivas conseguisse sair do anonimato, que era um esporte amador para um esporte feito com profissionalismo. Se Host Dasller, o homem forte da (ADIDAS) foi considerado o pai do patrocínio no mundo, podemos afirmar que Antônio de Almeida Braga, foi o pai do patrocínio no Brasil.

Braguinha deu apoio financeiro a muitos desportistas brasileiros.

A sua decisão de tornar o Brasil um campeão olímpico no vôlei, quando ainda a modalidade era pouco conhecida e sedimentada no país, começou quando ele convidou Carlos Arthur Nuzman, então presidente da confederação Brasileira de Vôlei, para fazer um projeto audacioso, que permitisse num prazo entre três olimpíadas, colocar o selecionado brasileiro no pódio. E, oito anos depois, precisamente em 1984, durante as olimpíadas de Los Angeles, nos Estados Unidos, a Seleção Brasileira de vôlei masculino, conhecida como a geração de prata do vôlei do Brasil, subiu no pódio para receber a medalha de prata. Podemos chamar aquela geração de atletas de: Geração de ouro. Pois a medalha foi o que menos importou na grande final olímpica de 1984.

Nomes como Bernard, Bernardinho, Renan, Xandó, William, Badalhoca e Fernandão, fizeram jogos espetaculares durante as olimpíadas. Em pleno território Ianque, esses garotos movidos a sonhos conseguiram vitórias espetaculares, antes jamais imagináveis. Uma delas aconteceu ainda antes das olimpíadas quando o time brasileiro conseguiu vencer os gigantes da temível seleção da URSS, em pleno Ginásio do Maracanãzinho.

No entanto, foi durante a fase de classificação que o selecionado brasileiro mostrou ao mundo que realmente era uma máquina de jogar vôlei, quando parou o super ataque da equipe Americana e venceu por 3 setes a 0.  

A Geração de Prata: em pé:Bernard Rajzman, Mário Xandó, Amauri Ribeiro, Marcus Vinicíus, Badalhoca (Antônio Carlos Gueiros Ribeiro), Fernandão (Fernando Roscio de Ávila), Domingos (Domingos Lamparielho Neto), léo e Ruí.

Sentados: William Carvalho, José Montanaro, Ronaldo, Bernardinho, Renan Dal Zotto e Cacau (Foto: Agência Estado).

Depois desta medalha, o Brasil que vinha montando as bases no pais, para transformar a modalidade de amadora á profissional, construiu um centro de excelência , que permitia formar as futuras gerações de atletas para vesti a camisa da equipe nacional dentro dos parâmetros estabelecidos pelo projeto inicial que seria tornar o Brasil uma referencia no Vôlei mundial.

Porém, as suas contribuições foram além da seleção brasileira de vôlei.  Antônio de Almeida Braga, foi dono de uma das maiores seguradoras do Brasil, a Atlântica Seguros, empresa que fundiu-se à Bradesco Seguros. No acordo de incorporação, Braguinha, como é conhecido, ficou com um imenso volume de ações do Bradesco, o que lhe proporcionou a direção da instituição.

Lenda viva do esporte brasileiro, Braguinha, foi através do patrocínio das suas empresas, que várias equipes de diferentes modalidades esportivas  conseguiram formar equipes de alto nível. Foi assim no Futebol de Salão, Basquete e no Vôlei, equipes que até hoje são lembradas pela sua qualidade técnica e profissionalismo.

Durante as Olimpíadas de Londres, 2012: Braguinha não perdeu a chance de assistir ao vivo aos jogos com os atletas que admirava.

Foi graças ao suporte financeiro de “Braguinha” que centenas de atletas conseguiram dá sequencias as suas carreiras. Os mais conhecidos foi Ayrton Senna e Gustavo Kuerte, este último conquistou o torneio de Roland Garros e depois tornou-se o numero um do mundo no tênis.

Como vemos, neste caso do vôlei, a importância do apoio financeiro e da infraestrutura oferecida aos profissionais que irão ter a missão de transformar toda uma cultura, antes precária e sem base para uma nova perspectiva do fazer, são fundamentais para que uma sociedade consiga através do esporte tornar-se uma referencia como formadora de valores e conceitos.

Trazendo para o contexto de nossa cidade, como é que uma sociedade como a nossa, vai conseguir crescer esportivamente, se aqueles que poderiam apoiar o nosso esporte, pois são detentoras do poder e do capital, não consegue enxergar a necessidade de investir no esporte e na nossa juventude, no alvo principal que é o esporte de base, o alicerce necessário para formarmos num futuro, não muito distante, uma geração de bons valores esportivos, nos vários seguimentos necessários para o crescimento do esporte.

No entanto, no contexto desse processo por que passa a nossa sociedade Pau-ferrense, vemos apenas uma visão míope, do quanto pior melhor. Os valores se inverteram, pois as peladas, os rachões, os quebras ossos, tornaram-se mais importante que trabalhar as modalidades de forma especifica em conformidade com as diretrizes estabelecidas por profissionais de alto nível nas diversas modalidades esportivas que são desenvolvidas no Brasil e classificadas pelo Comitê Olímpico Brasileiro de: Olímpicas e não olímpicas.

Não é trocando alho com bugalho que vamos conseguir fazer um produto de alta qualidade para ser consumido de forma saudável por nossa sociedade.  Não é qualquer vinte minutos que iremos formar atletas de qualidade, disciplinado e com projeção de um dia ser um profissional da área esportiva e preparado para ocupar um cargo, dos vários oferecidos na área do esporte.

JOÃO HAVELANGE – O senhor Futebol

No caso do Dr. João Havelange, qualquer palavra que se diga sobre ele, é pouco para dimensional a grandeza do trabalho deste outro ilustre brasileiro que contribuiu em prol do crescimento do esporte no Brasil e a nível mundial. Apesar da imprensa mundial não gostar do seu estilo de administrar, o certo foi que por onde ele passou deixou a sua marca de vencedor. Foi assim na vida privada e no esporte. 

Da esquerda para a Direita: German Hermann Neuberger (Presidente da Federação Alemã de Futebol-DFB), João Havelange (Presidente da FIFA), Josep Sep Blatter (Secretario Geral da FIFA), e o mexicano Guillermo Canedo (Vice-presidente da FIFA) e o homem forte da Televisa. Foto tirada no dia 24 de Fevereiro de 1985, durante a preparação para Copa do Mundo de Futebol do México. (Austral Foto/Renzo Gostoli)

Na presidência da Confederação Brasileira de Desporto-CBD, conquistou três copas do mundo de Futebol da FIFA e colocou o nome do Brasil em evidencia, quando ainda éramos conhecidos pelos europeus como uma nação que só tinha índios, macacos, jacarés e papagaios.

Havelange chegou á presidência da CBD (Confederação Brasileira de Desporto) em 1957. Na entidade, assim que chegou ao comando máximo do esporte nacional, passou a apoiar o esporte amador. Entre as suas contribuições está o apoio a Seleção Brasileira de Basquete que conquistou dois títulos mundiais e reconhecimento do Futebol de Salão como modalidade Esportiva, além de trazer o futebol da bola pesada para a o seio da CBD.              

Suas contribuições para com o Futebol de Salão foram essenciais para projetar a nova modalidade no cenário esportivo nacional e internacional. Foram criadas competições que até hoje são realizadas pela Confederação Brasileira de Futsal. Como: Campeonato Brasileiro de Seleções Estaduais e Taça Brasil.

Havelange levou o nosso scrath canarinho á conquista de três Copas do Mundo de Futebol Association quase que de forma seguida e tirou do povo brasileiro, o complexo de vira lata que estava entranhado na nossa cultura. A cultura do coitadinho.

Com visão futurística, Havelange, percebeu a necessidade do Futebol de Salão ser patenteado, como modalidade esportiva nascida e desenvolvida no Brasil, o que foi concretizado em 1969, durante o congresso de Federações ocorrido na cidade do Rio de Janeiro.

Em 1971, sob as suas ordens foi criada a Federação Internacional de Futebol de Salão – FIFUSA, que passava administrar a modalidade no mundo. Havelange foi eleito o primeiro presidente da entidade.

No comando da CBD, Havelange, realizou um cronograma de profissionalização de todos os departamentos ligado ao futebol. Foi graças a esse planejamento que a seleção Brasileira de Futebol conquistou as Copa do Mundo de 58, 62 e 70.

O sucesso de Havelange, como atleta, empresário e dirigente esportivo, permitiu sua candidatura a presidência da FIFA. Depois de uma articulação espetacular, Havelange conseguiu o apoio maciço dos países da América do Sul, da África e da América Central e do Norte e países do caribe, o que foi suficiente para derrotar os ingleses e chegar á presidência da entidade máxima do Futebol mundial.

Na presidência da FIFA Havelange revolucionou a entidade e transformou o mundo do futebol. Se antes o futebol não conseguia atrair investidores com a entrada de Havelange, o jogo de poder passou a ser alterado no planeta chamado bola e isso atraiu investidores para a Copa do Mundo de Futebol. 

Em pouco tempo Havelange havia transformado uma FIFA, sem dinheiro numa entidade bilionária. O futebol passou a ser um produto como qualquer outro produto. A mercantilização, o marketing foi a marca de Havelange dentro da entidade.

HAVELANGE X FUTSAL DA FIFA

Ao chegar á FIFA, em 1974, Havelange procurou de todas as formas, levar o salonismo brasileiro para o seio da entidade futebolística mundial. Depois de várias tentativas para conseguir fechar um acordo, isentos de paixões e que atendesse os interesses de ambas as partes envolvidas, finalmente em 1989, depois de 10 anos, de muita divergência e batalhas travadas na justiça, Havelange conseguiu fechar um acordo com os dirigentes que comandavam o salonismo brasileiro e levar o esporte para dentro das estruturas do futebol.

Nascia um novo SALÂO, o Futsal Moderno. Um esporte que respeitava as nossas origens, a habilidade, a ginga e a plasticidade do atleta brasileiro. Toda essa irreverencia que nasceu com nossa juventude nos idos dos anos 40, 50 e 60, manteve-se na nova modalidade que continua até hoje espalhada pelos rincões do nosso belo Brasil. Que vão desde as pequenas quadras, espalhadas nos lugares mais distantes do centro esportivo nacional até as grandes metrópoles, nos ginásios dos clubes mais renomados do Futsal do país. Falcão foi um exemplo dessa maneira que o Brasileiro comum sempre encarou na sua alma, no seu espirito esportivo, o velho e querido SALÃO brasileiro.

Foto histórica: Em 1989 Havelange conseguiu levar o salonismo brasileiro para o seio da FIFA e realizou na Holanda a primeira competição de Futsal do mundo. No flagrante da imagem, Havelange aparece entregando a “Bola de Ouro” ao atleta Holandês Vic Herman, eleito o melhor jogador do primeiro certame Futsalistico mundial.

O salonismo brasileiro entrava na FIFA e a reboque surgia para o mundo, uma modalidade que atendia os interesses da comunidade salonista mundial que se interessava pelo esporte nascido no Brasil. Nascia assim o Futsal FIFA.

COI

Graças a estratégia de João Havelange, foi possível o Brasil sediar a Copa do Mundo de Futebol de 2014 e as Olimpíadas de 2016. Sua influencia dentro da FIFA e no Comitê Olímpico internacional, permitiu ao Brasil vencer todos os seus adversários dentro do tabuleiro da politica esportiva internacional.

Imagem do momento que João Havelange discursava para os membros do COI, momento antes da eleição que escolheu a cidade do Rio de Janeiro para ser sede dos jogos Olímpicos de 2016.

João Havelange morreu na manhã do dia 16 de Agosto de 2016, no Hospital Samaritano, em Botafogo, Zona Sul do Rio de Janeiro. Após ser internado para tratamento de uma pneumonia. Havelange havia completado 100 anos no dia 8 de maio de 2016.

 

Almeida Braga, com seus 90 anos, e com vigor de um atleta, continua prestigiando os grandes eventos esportivos no mundo. 

O Esporte mundial e principalmente o Futebol deve muito a esses dois brasileiros e que a mídia a exemplo do já fez com muitos outros tenta colocar no astro sismo.

 

Fonte: Nathanzinho

Departamento de Comunicação do blog – Nathanaarea.blogspot.com.br

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