Matéria publicada em 02- fevereiro - 2016 pelo blog - Futebol de Pau dos Ferros/RN
Em 1989 é realizado a nível mundial um movimento em prol da criação
do FUTSAL. Nascia no Brasil o Futsal: Futebol de 5 (FIFA) +
Futebol de Salão ( CBFS) = FUTSAL.
Dr. João Havelange, presidente da FIFA, e os representantes do salão brasileiro, Dr. Aécio de Borba Vasconcelos e o Dr. Álvaro Melo Filho.
III CAPÍTULO
Série – 46 anos de história da Seleção Brasileira nas quadras
A
década de 80 marcou uma nova fase nas estruturas do esporte mundial. As
mudanças ocorridas nas entidades de administração alterou toda uma forma de
praticar e de vermos o esporte. As mudanças tecnológicas nos materiais
utilizados pelos atletas e o tratamento do esporte como um produto de mercado.
O esporte entrava na era do BUSINESS. E as modalidades seguindo o padrão norte
americano, passaram a acompanhar essa tendência de mercado que condicionou o
esporte a mu
Foi nessa tendência que o Futsal surgiu. Os dirigentes salonistas sonhavam com o crescimento da modalidade, desejavam avançar com a nossa forma de jogar o futebol em espaço reduzido. No entanto, havia a necessidade de mudar e a chave de muitos dos problemas enfrentados pelos salonistas brasileiros seria resolvido com o advento do Futsal, sob a égide da FIFA.
A aproximação demorou vários anos até que as negociações para aproximar o Futebol de Salão da FIFA tornaram-se real em 1988, quando os representantes do salonismo brasileiro decidiram definitivamente colocar a modalidade dentro das estruturas da FIFA.
Em
1989, depois de várias reuniões em Zurique, os representantes do salão
brasileiro e os futebolistas da FIFA, chegaram a um acordo de forma definitiva,
estava criado o FUTSAL.
Dirigentes
da época da criação do FUTSAL: Carlos Bittencourt (vice-presidente da CBFS), Osmar
de Oliveira (presidente da Federação de Futebol de Salão do Estado do Rio de
Janeiro), Dr. Aécio de Borba Vasconcelos (presidente da CBFS), ao lado do Dr.
Roberto Marinho (Diretor presidente das organizações Globo) e Jorge Kudri
(presidente da Federação Catarinense de Futebol de Salão).
Ciro Fontão de Souza, presidente
da Federação Paulista de Futebol de Salão, Dr. Aécio de Borba Vasconcelos,
presidente da Confederação Brasileira de Futebol de Salão e Vicente Piazza,
vice-presidente da confederação Brasileira de Futebol de Salão.
A FIFA realiza na Holanda o primeiro Campeonato Mundial de Futsal.
Em Novembro de 1988, a FIFA, através da sua Comissão de Futsal, e aprovado pelo Comitê Executivo da entidade, resolve realizar o primeiro Campeonato Mundial, na Holanda.
A competição Futsalista, ficou a cargo da Associação Holandesa de Futebol-KNVB, que estava completando o seu centenário e através de seu presidente o Sr. J. W. Van Marle, não mediu esforços para promover um grande certame e mostrar ao mundo esportivo a nova modalidade esportiva que surgia no seio da FIFA.
O Campeonato Mundial de Futsal
Holanda 1989, foi um sucesso de organização e público. A FIFA apresentou ao
mundo salonistico as novas regras que haviam sido elaboradas pela entidade
futebolística internacional e Confederação Brasileira de Futebol de Salão-CBFS.
Uma ocasião memorável, durante a cerimonia de abertura do I Campeonato Mundial de Futsal realizado no dia 5 de Janeiro de 1989 pela FIFA.
A Seleção Brasileira, através da
parceria entre a Confederação Brasileira de Futebol de Salão e o Bradesco
Esporte Clube, levou ao mundial toda a força máxima do Salão nacional. Sob a
gerência da Confederação Brasileira de Futebol – CBF, já que a Confederação de
Futebol de Salão-CBFS, ainda permanecia filiada na FIFUSA, o sele
A conquista do primeiro campeonato Mundial de Futsal foi o primeiro troféu conquistado pelo salonismo brasileiro na era FIFA.
A final do I Campeonato Mundial de
Futsal, foi realizada no dia 15 de Janeiro de 1989, na cidade de Amsterdam. A
seleção Brasileira venceu por 2 a 1, os anfitriões numa partida histórica que
ficou registrada para sempre na memória dos amantes do Futebol praticado em
espaço reduzido.
Brasil
x Holanda - Momento do gol de empate do Holandês, Loosveld, durante a partida final do mundial de
Futsal da FIFA em 1989.
Brasil e
Holanda fizeram um grande duelo na final do mundial de Futsal de 1989. Flagrante
do momento que Carlos Octavio (Toca), com a camisa 9 da seleção brasileira de
Futsal, bloqueia o avanço holandês Marcel LOOSVEL D.
Elenco
brasileiro pousa para foto histórica – 1º Campeão Mundial de Futsal: Gilson,
Adílio, Lula, Cadinho, Dirceu, Marquinhos, Benatti, Átila, Raul, Toca, Carlos
Alberto e Neimar.
SOLENIDADE
DE PREMIAÇÃO DO 1º CAMPEONATO MUNDIAL DE FUTSAL
Mario FABE R. (camisa de nº 8), observa Pablo Porta Bussoms (Espanha) - Presidente da Comissão de Futsal da FIFA fazer a entrega das medalhas aos Holandeses, vice-campeões mundiais.
O dirigente Espanhol, Pablo Porta
Bussoms, assumiu a Comissão de Futsal da FIFA e a responsabilidade de realizar
um grande evento da bola pesada, e mostrar aos salonistas e ao mundo esportivo
o tamanho, a dimensão, a projeção e a importância que esta nova forma de jogar
em espaço reduzido teria dentro da FIFA e principalmente para o futuro do
futebol, como á maior fonte reveladora de novos valores para o esporte bretão e
também como a maior fonte mantenedora do futebol Association.
Vic
Hermans – Recebeu o troféu Bola de ouro como o melhor jogador de Futsal em
1992, das mãos de João Havelange, presidente da FIFA.
Raul
– Capitão da Seleção Brasileira, marcou o gol do título, na vitória por 2 a 1,
diante dos Holandeses.
1992 – Campanha da Seleção Brasileira de Futsal
O membro mais jovem da família da FIFA, o Futsal, de espaço reduzido, achou suas raízes com o sucesso obtido nesta segunda edição do Campeonato Mundial em Hong Kong, vislumbrando um futuro muito promissor
Todas as confederações participantes enviaram as suas melhores representações ao torneio. No entanto para as partidas finais se classificaram quatro equipes de quatro continentes diferentes, demonstrando claramente que o planeta terráqueo queria o Futsal e não existiria um espaço vazio.
A Associação de Futebol de Hong Kong, encarregada da organização local, realizou de forma exemplar todas as reivindicações das equipes participantes.
A Associação de Futebol de Hong Kong
foi um digno organizador do 2º Campeonato Mundial de Futsal da FIFA.
Em pé: Depois dos dois diretores técnicos da FIFA, vem: Timothy Tsun Ting Fok (Hong Kong), Isaac David Sasso Sasso (Costa Rica), Januario D'Alessio (Brasil), Alexander J.C . Para (E.U.A.), Alvaro Melo Filho (Brasil), Lars-Ake Lagrell (Suécia), Javier Otero, diretor Técnico da FIFA e depois dele o representante do comitê Local.
Sentados: Joseph Blatter (suíça), Elio Giulivi (Italia), Tom Van der Hulst, (Holanda), Dr. György Szepesi (Hungria), Joan Camps i Reig (Espanha), Luis Maria Zubizarreta (Paraguai),
O 2º campeonato Mundial de Futsal se
caracterizou pela quantidade de gols. A regra de o goleiro poder receber a bola
fora da área advinda do futebol de 11, assim como a introdução da nova regra do
tempo de jogo fixo, em 2 tempos de 20 minutos, cronometrados pelo 4º arbitro.
Essa situação enriqueceu e deu mais valor o espetáculo de Futsal.
O balanço realizado pela Comissão de Futsal após o término da competição foi positivo.
A seleção Brasileira destacou-se pela grande habilidade mostrada pelos seus jogadores e sua condição física perfeita. Cada um dos atletas brasileiros eram atletas natos do salão, todos eram oriundos das quadras, além de possuírem grandes habilidades para o jogo tático, de conjunto. Diferente de vários outros países, que possuíam em seus elencos, atletas oriundos do futebol de 11.
O jogo da Seleção brasileira foi intensamente ofensivo. Nas três primeiras partidas da primeira fase o selecionado verde amarelo marcou 23 gols, marcando apenas um gol de pênalti.
Jogando - Com a camisa 12, o capitão da seleção brasileira Vander Iacovino, foi dentro de quadra a grande sensação. Com suas qualidades de líder, conduziu os seus companeiros com muita garra, motivou os seus companheiros falando sobre a importância de marcarem e de atacar.
Ortiz - Atuou com a camisa de nº11. Foi a figura chave no ataque da seleção brasileira. Muita capacidade de finalização, assim como de criação de boas jogadas.
Brasil
e Holanda se encontraram na segunda fase e repetiram a final de 1989. Na imagem
Runderkamp (camisa nº 9), ao cobrar a falta passa a bola para o seu colega
Hoekema (camisa nº 6).
Toda a equipe brasileira deu mostra tanto na qualidade ofensiva como defensivas. Essas habilidades no geral havia colocado a seleção brasileira como a principal favorita ao título depois da primeira fase.
A seleção brasileira pôde se preparar durante vários meses. Todos os seus atletas atuavam no Futsal. Participavam de competições salonistas no Brasil e isso foi um dos aspectos importantes para a formação de uma seleção forte. As condições de preparação em quadras oficiais com as novas dimensões de 20m por 40m foram ideais de modo que o treinador Tacão, não precisou realizar nenhuma partida amistosa internacional. A preparação do selecionado brasileiro foi realizada no Brasil, através de vários jogos envolvendo equipes nacionais.
No Brasil, o Futsal já era um esporte bastante popular, devido às origens do futebol praticado no salão, com o advento do Futsal em 1989, não foi difícil popularizar a modalidade, porque todas as antigas estruturas administrativas foram aproveitadas para a nova administração do Futsal.
No entanto as regras do jogo de Futsal no Brasil
ainda continham algumas diferenças das regras utilizadas pela FIFA. Assim mesmo, devido a grande experiência dos
jogadores brasileiros lhe ajudaram a superá-las. Esta pequena desvantagem, não
foi um problema.
Vander,
capitão da seleção brasileira de Futsal é acompanhado de perto pelo argentino Walter Fiele
(camisa nº 2).
Em pé: Mazureik, Fininho, Chiquinho, Ortiz,
Rogério e Serginho.
Agachados: Manoel Tobias, Edinho, Jorginho, Morillo, Vander e Serginho Bigode.
Com uma habilidade técnica sem igual e grande mobilidade fizeram que o Brasil fosse considerado novamente o grande favorito ao título. Com 36 gols marcados e apenas 5 sofridos em 6 partidas, foi sem dúvida uma campanha que falava por si só.
Na semifinal, contra a seleção da Espanha, a seleção brasileira foi disposta a resolver logo no primeiro tempo. Imprimindo uma grande superioridade, com seu ataque ofensivo contra o goleiro espanhol, o adversário não teve nenhuma capacidade de chegar ao ataque e custou muito a entrar no jogo.
No entanto, sua defesa era firme
como uma muralha, evitando assim um resultado mais elástico. Perto do final do
primeiro tempo, os espanhóis conseguiram diminuir o ímpeto dos brasileiros,
porém a equipe verde e amarela soube administrar o jogo com a tática de atrair
o adversário muito engenhoso.
A partida teve um momento de grande
motivação na segunda etapa quando os espanhóis conseguiram marcar um gol. Mas
no final o Brasil marcou mais um gol, fechando em 4 a 1 e garantiu o passaporte
para a grande final, como há quatro anos, diante da Holanda.
O brasileiro Ortiz tenta alcançar Pato da Espanha que finaliza para o gol.
Na final, a Seleção Brasileira teve todas as condições de manter a hegemonia nas quadras e confirmar seu Domínio, a exemplo do que havia conseguido em 1989, na Holanda.
A
vitória por 4 a 1 contra a Seleção Americana foi merecedora e alcançada de
forma tranquila.
Os brasileiros dominaram o torneio durante as duas semanas. Sua superioridade de conjunto, tanto tática como tecnicamente. A qualidade individual de seus jogadores ficou evidente e não deixou dúvida de quem ganharia o torneio.
Todas
as equipes que enfrentaram os bicampeões tiveram que se render diante de sua
grande superioridade. Apenas a Seleção Americana teve condições de roubar um
ponto do campeão, ainda na 2º fase do torneio.
Duelo aéreo: O goleiro
estadunidense Nogueira (camisa nº 1) disputa com o ganhador da Bola de Ouro,
Jorginho do Brasil (camisa nº 9).
O
CAPITÃO VANDER LEVANTA A TAÇA DE CAMPEÃO MUNDIAL
DE
FUTSAL – HONG KONG 1982.
O capitão, Vander Iagovino, levanta o troféu de campeão mundial de Futsal, Sob os olhares do Suíço Joseph Blatter, secretário geral da FIFA (esq.), e o Húngaro Gyôrgy Szepesy, presidente da Comissão de Futsal da FIFA (esq.), e encoberto por Vander, o dirigente de Hong Kong, Timothy Fok, membro do Comitê Executivo da FIFA, e Theo Leenders, diretor presidente da World Events M&M´S/Mas (dir.).
Jorginho
– Eleito o melhor jogador do Mundo de Futsal em 1992, ele recebeu do bilionário
Chinês, Timothy Fok, membro do Comitê Executivo da FIFA, a Bola de Ouro. O
atleta Iraniano Shirazi, recebeu a Bola de prata do ex-atleta Holandês, Vic
Hermans, treinador de Hong Kong, ganhador da Bola de Ouro em 1989.
O aperto de mão marcou
o término da final – Um gesto cordial do selecionado estadunidense.
UM DIGN0 CAMPEÃO DAS QUADRAS
A Seleção Brasileira de Futsal pousa
para foto histórica, antes do início da partida contra a Seleção dos Estados
Unidos que deu ao selecionado brasileiro o bicampeonato mundial de Futsal da
FIFA e a hegemonia nas quadras.
Em pé: Serginho, Manoel Tobias, Rogério,
Ortiz, Chiquinho, Fininho e Mazureik.
Agachados: Vander, Jorginho, Edinho, Morillo e Serginho (Bigode).
No próximo episódio, contaremos a história do III Campeonato Mundial de Futsal da FIFA, realizado na Espanha-1996 e a conquista de forma magnífica da Seleção Brasileira, quando venceu os anfitriões dentro de sua casa com quinze mil espectadores presentes. Acompanhará o surgimento do grande Manoel Tobias, craque que encantou o mundo do FUTSALISMO com suas arrancadas arrasadoras, sempre objetivando o gol e seu chute indefensável para os goleiros.
Fonte: Nathanzinho
Blog – Futebol de Pau dos Ferros/RN
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