30 de dezembro de 2020

FUTSAL - DO BRASIL PARA O MUNDO

 Matéria publicada em 02- fevereiro - 2016 pelo blog - Futebol de Pau dos Ferros/RN

Em 1989 é realizado a nível mundial um movimento em prol da criação do FUTSAL. Nascia no Brasil o Futsal: Futebol de 5 (FIFA) + Futebol de Salão ( CBFS) = FUTSAL.

Dr. João Havelange, presidente da FIFA, e os representantes do salão brasileiro, Dr. Aécio de Borba Vasconcelos e o Dr. Álvaro Melo Filho.

III CAPÍTULO 

Série – 46 anos de história da Seleção Brasileira nas quadras

A década de 80 marcou uma nova fase nas estruturas do esporte mundial. As mudanças ocorridas nas entidades de administração alterou toda uma forma de praticar e de vermos o esporte. As mudanças tecnológicas nos materiais utilizados pelos atletas e o tratamento do esporte como um produto de mercado. O esporte entrava na era do BUSINESS. E as modalidades seguindo o padrão norte americano, passaram a acompanhar essa tendência de mercado que condicionou o esporte a mudanças que passavam pelas estruturas administrativas, desde a visibilidade pela mídia até o rendimento de seus atletas no campo da disputa.

Foi nessa tendência que o Futsal surgiu. Os dirigentes salonistas sonhavam com o crescimento da modalidade, desejavam avançar com a nossa forma de jogar o futebol em espaço reduzido. No entanto, havia a necessidade de mudar e a chave de muitos dos problemas enfrentados pelos salonistas brasileiros seria resolvido com o advento do Futsal, sob a égide da FIFA.

A aproximação demorou vários anos até que as negociações para aproximar o Futebol de Salão da FIFA tornaram-se real em 1988, quando os representantes do salonismo brasileiro decidiram definitivamente colocar a modalidade dentro das estruturas da FIFA.

Em 1989, depois de várias reuniões em Zurique, os representantes do salão brasileiro e os futebolistas da FIFA, chegaram a um acordo de forma definitiva, estava criado o FUTSAL.

Dirigentes da época da criação do FUTSAL: Carlos Bittencourt (vice-presidente da CBFS), Osmar de Oliveira (presidente da Federação de Futebol de Salão do Estado do Rio de Janeiro), Dr. Aécio de Borba Vasconcelos (presidente da CBFS), ao lado do Dr. Roberto Marinho (Diretor presidente das organizações Globo) e Jorge Kudri (presidente da Federação Catarinense de Futebol de Salão).

Ciro Fontão de Souza, presidente da Federação Paulista de Futebol de Salão, Dr. Aécio de Borba Vasconcelos, presidente da Confederação Brasileira de Futebol de Salão e Vicente Piazza, vice-presidente da confederação Brasileira de Futebol de Salão.

A FIFA realiza na Holanda o primeiro Campeonato Mundial de Futsal.

Em Novembro de 1988, a FIFA, através da sua Comissão de Futsal, e aprovado pelo Comitê Executivo da entidade, resolve realizar o primeiro Campeonato Mundial, na Holanda.

A competição Futsalista, ficou a cargo da Associação Holandesa de Futebol-KNVB, que estava completando o seu centenário e através de seu presidente o Sr. J. W. Van Marle, não mediu esforços para promover um grande certame e mostrar ao mundo esportivo a nova modalidade esportiva que surgia no seio da FIFA.

O Campeonato Mundial de Futsal Holanda 1989, foi um sucesso de organização e público. A FIFA apresentou ao mundo salonistico as novas regras que haviam sido elaboradas pela entidade futebolística internacional e Confederação Brasileira de Futebol de Salão-CBFS.

Uma ocasião memorável, durante a cerimonia de abertura do I Campeonato Mundial de Futsal realizado no dia 5 de Janeiro de 1989 pela FIFA.

A Seleção Brasileira, através da parceria entre a Confederação Brasileira de Futebol de Salão e o Bradesco Esporte Clube, levou ao mundial toda a força máxima do Salão nacional. Sob a gerência da Confederação Brasileira de Futebol – CBF, já que a Confederação de Futebol de Salão-CBFS, ainda permanecia filiada na FIFUSA, o selecionado brasileiro mostrou a força do nosso salonismo nas quadras do país baixo e trouxe mais uma taça para a galeria de troféus da CBFS.

A conquista do primeiro campeonato Mundial de Futsal foi o primeiro troféu conquistado pelo salonismo brasileiro na era FIFA.

A final do I Campeonato Mundial de Futsal, foi realizada no dia 15 de Janeiro de 1989, na cidade de Amsterdam. A seleção Brasileira venceu por 2 a 1, os anfitriões numa partida histórica que ficou registrada para sempre na memória dos amantes do Futebol praticado em espaço reduzido.

Brasil x Holanda - Momento do gol de empate do Holandês, Loosveld, durante a partida final do mundial de Futsal da FIFA em 1989.

Brasil e Holanda fizeram um grande duelo na final do mundial de Futsal de 1989. Flagrante do momento que Carlos Octavio (Toca), com a camisa 9 da seleção brasileira de Futsal, bloqueia o avanço holandês Marcel LOOSVEL D.

Elenco brasileiro pousa para foto histórica – 1º Campeão Mundial de Futsal: Gilson, Adílio, Lula, Cadinho, Dirceu, Marquinhos, Benatti, Átila, Raul, Toca, Carlos Alberto e Neimar.

SOLENIDADE DE PREMIAÇÃO DO 1º CAMPEONATO MUNDIAL DE FUTSAL

Mario FABE R. (camisa de nº 8), observa Pablo Porta Bussoms (Espanha) - Presidente da Comissão de Futsal da FIFA fazer a entrega das medalhas aos Holandeses, vice-campeões mundiais.

O dirigente Espanhol, Pablo Porta Bussoms, assumiu a Comissão de Futsal da FIFA e a responsabilidade de realizar um grande evento da bola pesada, e mostrar aos salonistas e ao mundo esportivo o tamanho, a dimensão, a projeção e a importância que esta nova forma de jogar em espaço reduzido teria dentro da FIFA e principalmente para o futuro do futebol, como á maior fonte reveladora de novos valores para o esporte bretão e também como a maior fonte mantenedora do futebol Association. 

Vic Hermans – Recebeu o troféu Bola de ouro como o melhor jogador de Futsal em 1992, das mãos de João Havelange, presidente da FIFA.

Raul – Capitão da Seleção Brasileira, marcou o gol do título, na vitória por 2 a 1, diante dos Holandeses.

1992 – Campanha da Seleção Brasileira de Futsal

O membro mais jovem da família da FIFA, o Futsal, de espaço reduzido, achou suas raízes com o sucesso obtido nesta segunda edição do Campeonato Mundial em Hong Kong, vislumbrando um futuro muito promissor 

Todas as confederações participantes enviaram as suas melhores representações ao torneio. No entanto para as partidas finais se classificaram quatro equipes de quatro continentes diferentes, demonstrando claramente que o planeta terráqueo queria o Futsal e não existiria um espaço vazio.

A Associação de Futebol de Hong Kong, encarregada da organização local, realizou de forma exemplar todas as reivindicações das equipes participantes.  

A Associação de Futebol de Hong Kong foi um digno organizador do 2º Campeonato Mundial de Futsal da FIFA.

Em pé: Depois dos dois diretores técnicos da FIFA, vem: Timothy Tsun Ting Fok (Hong Kong), Isaac David Sasso Sasso (Costa Rica), Januario D'Alessio (Brasil), Alexander J.C . Para (E.U.A.), Alvaro Melo Filho (Brasil), Lars-Ake Lagrell (Suécia), Javier Otero, diretor Técnico da FIFA e depois dele o representante do comitê Local.

Sentados: Joseph Blatter (suíça), Elio Giulivi (Italia), Tom Van der Hulst, (Holanda), Dr. György Szepesi (Hungria), Joan Camps i Reig (Espanha), Luis Maria Zubizarreta (Paraguai), 

O 2º campeonato Mundial de Futsal se caracterizou pela quantidade de gols. A regra de o goleiro poder receber a bola fora da área advinda do futebol de 11, assim como a introdução da nova regra do tempo de jogo fixo, em 2 tempos de 20 minutos, cronometrados pelo 4º arbitro. Essa situação enriqueceu e deu mais valor o espetáculo de Futsal.

O balanço realizado pela Comissão de Futsal após o término da competição foi positivo.

A seleção Brasileira destacou-se pela grande habilidade mostrada pelos seus jogadores e sua condição física perfeita. Cada um dos atletas brasileiros eram atletas natos do salão, todos eram oriundos das quadras, além de possuírem grandes habilidades para o jogo tático, de conjunto.  Diferente de vários outros países, que possuíam em seus elencos, atletas oriundos do futebol de 11.

O jogo da Seleção brasileira foi intensamente ofensivo. Nas três primeiras partidas da primeira fase o selecionado verde amarelo marcou 23 gols, marcando apenas um gol de pênalti.

Jogando - Com a camisa 12, o capitão da seleção brasileira Vander Iacovino, foi dentro de quadra a grande sensação. Com suas qualidades de líder, conduziu os seus companeiros com muita garra, motivou os seus companheiros falando sobre a importância de marcarem e de atacar.

Ortiz - Atuou com a camisa de nº11. Foi a figura chave no ataque da seleção brasileira. Muita capacidade de finalização, assim como de criação de boas jogadas. 

Brasil e Holanda se encontraram na segunda fase e repetiram a final de 1989. Na imagem Runderkamp (camisa nº 9), ao cobrar a falta passa a bola para o seu colega Hoekema (camisa nº 6).

Toda a equipe brasileira deu mostra tanto na qualidade ofensiva como defensivas. Essas habilidades no geral havia colocado a seleção brasileira como a principal favorita ao título depois da primeira fase.

A seleção brasileira pôde se preparar durante vários meses. Todos os seus atletas atuavam no Futsal. Participavam de competições salonistas no Brasil e isso foi um dos aspectos importantes para a formação de uma seleção forte. As condições de preparação em quadras oficiais com as novas dimensões de 20m por 40m foram ideais de modo que o treinador Tacão, não precisou realizar nenhuma partida amistosa internacional. A preparação do selecionado brasileiro foi realizada no Brasil, através de vários jogos envolvendo equipes nacionais.     

No Brasil, o Futsal já era um esporte bastante popular, devido às origens do futebol praticado no salão, com o advento do Futsal em 1989, não foi difícil popularizar a modalidade, porque todas as antigas estruturas administrativas foram aproveitadas para a nova administração do Futsal. 

No entanto as regras do jogo de Futsal no Brasil ainda continham algumas diferenças das regras utilizadas pela FIFA.  Assim mesmo, devido a grande experiência dos jogadores brasileiros lhe ajudaram a superá-las. Esta pequena desvantagem, não foi um problema.

Vander, capitão da seleção brasileira de Futsal é acompanhado de perto pelo argentino Walter Fiele (camisa nº 2).

Em pé: Mazureik, Fininho, Chiquinho, Ortiz, Rogério e Serginho. 

Agachados: Manoel Tobias, Edinho, Jorginho, Morillo, Vander e Serginho Bigode.

Com uma habilidade técnica sem igual e grande mobilidade fizeram que o Brasil fosse considerado novamente o grande favorito ao título. Com 36 gols marcados e apenas 5 sofridos em 6 partidas, foi sem dúvida uma campanha que falava por si só.

Na semifinal, contra a seleção da Espanha, a seleção brasileira foi disposta a resolver logo no primeiro tempo. Imprimindo uma grande superioridade, com seu ataque ofensivo contra o goleiro espanhol, o adversário não teve nenhuma capacidade de chegar ao ataque e custou muito a entrar no jogo.

No entanto, sua defesa era firme como uma muralha, evitando assim um resultado mais elástico. Perto do final do primeiro tempo, os espanhóis conseguiram diminuir o ímpeto dos brasileiros, porém a equipe verde e amarela soube administrar o jogo com a tática de atrair o adversário muito engenhoso.

A partida teve um momento de grande motivação na segunda etapa quando os espanhóis conseguiram marcar um gol. Mas no final o Brasil marcou mais um gol, fechando em 4 a 1 e garantiu o passaporte para a grande final, como há quatro anos, diante da Holanda.

O brasileiro Ortiz tenta alcançar Pato da Espanha que finaliza para o gol.

Na final, a Seleção Brasileira teve todas as condições de manter a hegemonia nas quadras e confirmar seu Domínio, a exemplo do que havia conseguido em 1989, na Holanda.

A vitória por 4 a 1 contra a Seleção Americana foi merecedora e alcançada de forma tranquila.

Os brasileiros dominaram o torneio durante as duas semanas. Sua superioridade de conjunto, tanto tática como tecnicamente. A qualidade individual de seus jogadores ficou evidente e não deixou dúvida de quem ganharia o torneio.

Todas as equipes que enfrentaram os bicampeões tiveram que se render diante de sua grande superioridade. Apenas a Seleção Americana teve condições de roubar um ponto do campeão, ainda na 2º fase do torneio.

Duelo aéreo: O goleiro estadunidense Nogueira (camisa nº 1) disputa com o ganhador da Bola de Ouro, Jorginho do Brasil (camisa nº 9).

O CAPITÃO VANDER LEVANTA A TAÇA DE CAMPEÃO MUNDIAL

DE FUTSAL – HONG KONG 1982.

O capitão, Vander Iagovino, levanta o troféu de campeão mundial de Futsal, Sob os olhares do Suíço Joseph Blatter, secretário geral da FIFA (esq.), e o Húngaro Gyôrgy Szepesy, presidente da Comissão de Futsal da FIFA (esq.), e encoberto por Vander, o dirigente de Hong Kong, Timothy Fok, membro do Comitê Executivo da FIFA, e Theo Leenders, diretor presidente da World Events M&M´S/Mas (dir.).

Jorginho – Eleito o melhor jogador do Mundo de Futsal em 1992, ele recebeu do bilionário Chinês, Timothy Fok, membro do Comitê Executivo da FIFA, a Bola de Ouro. O atleta Iraniano Shirazi, recebeu a Bola de prata do ex-atleta Holandês, Vic Hermans, treinador de Hong Kong, ganhador da Bola de Ouro em 1989.


O aperto de mão marcou o término da final – Um gesto cordial do selecionado estadunidense.

UM DIGN0 CAMPEÃO DAS QUADRAS

A Seleção Brasileira de Futsal pousa para foto histórica, antes do início da partida contra a Seleção dos Estados Unidos que deu ao selecionado brasileiro o bicampeonato mundial de Futsal da FIFA e a hegemonia nas quadras.

Em pé: Serginho, Manoel Tobias, Rogério, Ortiz, Chiquinho, Fininho e Mazureik.

Agachados: Vander, Jorginho, Edinho, Morillo e Serginho (Bigode).

No próximo episódio, contaremos a história do III Campeonato Mundial de Futsal da FIFA, realizado na Espanha-1996 e a conquista de forma magnífica da Seleção Brasileira, quando venceu os anfitriões dentro de sua casa com quinze mil espectadores presentes. Acompanhará o surgimento do grande Manoel Tobias, craque que encantou o mundo do FUTSALISMO com suas arrancadas arrasadoras, sempre objetivando o gol e seu chute indefensável para os goleiros.

 

Fonte: Nathanzinho

Blog – Futebol de Pau dos Ferros/RN

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